sexta-feira, 15 de maio de 2009

Notícias 15/05/09


5/15/2009
Economia informal cresce em meio à crise financeira
Setor avançou 13,6% pela falta de crédito no mercado formal

RIO DE JANEIRO (Folhapress) - A chamada economia “subterrânea” - produção de bens e serviços não reportada ao governo -, que mede o mercado informal e os movimentos ilegais entre os formais, cresceu ainda mais durante os primeiros impactos da crise econômica no País, no último trimestre do ano passado. Naquele período, essa economia teve expansão de 13,6% dentro do PIB (Produto Interno Bruto), impulsionada pela falta de crédito no mercado formal, que pode ter levado as empresas a recorrerem a atividades não-declaradas ao governo.
Nos três trimestres anteriores, a expansão da economia subterrânea dentro da economia total não havia sido superior a dois dígitos. Segundo o Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial), a economia formal representa de 20% a 30% do PIB. “A gente percebe é que a parada de crédito deu uma pancada muito forte na economia formal, mas os dados não mostram a economia subterrânea sendo afetado por ela. É até natural, visto que, como é subterrânea, não necessita do crédito para continuar o seu movimento”, afirmou o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa, do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
De dezembro de 2007 a dezembro de 2008, a economia subterrânea teve expansão de 27,1% no PIB, a maior da série iniciada em 2003. Esse movimento foi influenciado também pelo aumento da atividade econômica durante boa parte de 2008, que acabou impulsionando a economia ilegal. “As economias crescem em paralelo, uma alimenta a outra. Renda gerada na economia subterrânea é um gasto na economia formal, e renda gerada na economia formal também é um gasto na economia subterrânea”, explicou.
Outros fatores também determinam o índice da FGV, como o nível da carga tributária do País, a percepção da corrupção junto a empresários e o nível das exportações, que segundo Barbosa, é um bom medidor das irregularidades, pela grande burocratização. “A principal variável que a gente vê é a carga tributária”, comentou Barbosa.

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